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Como se relacionar com o Deus (In)visivel - Parte 1

Ganhei de presente um livro cujo titulo me chamou bastante atençao, "O Deus (in)visivel" de Philip Yanney e tem sido uma leitura maravilhosa e muito abençoada. 
O autor começou citando este trecho de uma carta de um cristao de Iowa:
"Sei que existe um Deus, creio que Ele existe, so nao sei em que crer a respeito dEle. Admito que sou um crente imaturo, acho que me decepcionei tantas vezes que oro pedindo cada vez menos, simplesmente para nao viver decepcionado."

Tenho prestado muita atençao no comportamento dos cristaos que vejo na minha comunidade, na minha igreja, etc. Acho que posso dizer que por muitas vezes ouvi em outras palavras varios desabafos como esse. Nao queria citar a Italia nesse topico porque acredito que vivencia espiritual é algo muito pessoal e independe de nacionalidade ou qualquer outro aspecto nominativo; mas enfim, resolvi citar aproveitando a cultura crista catolica que fundamenta o pais (ou pelo menos tenta).
Tenho visto que os ritos, a perpetuaçao dos ensinamentos inerentes a tradiçao e a cultura tem se tornado mais importante do que o ensinamento e o auxilio ao atingimento da fé verdadeira e do relacionamento pleno com o Pai, suas implicaçoes, as  renuncias e seu percurso nem sempre facil. Mensagens prontas de vitorias espirituais, nao afrontando situaçoes de adversidades (pois existe um medo enorme da perda de fiéis) tem deixado pessoas nos bancos cada vez mais em conflitos se sentindo ainda piores. Mas qual o papel da igreja verdadeira diante dessa cegueira espiritual?
No livro que citei o autor trata desse assunto e citou um exemplo bem interessante.
"Meu colega Reiner, de volta a Alemanha depois de dois anos na faculdade de teologia foi a um acampamento para deficientes e fez um discurso emocionante sobre vida crista vitoriosa. - Apesar da cadeira de rodas em que voce esta sentado, voce pode ser vitorioso, ter vida plena. Deus vive dentro de voce! Disse ele a um publico de paraplegicos, pessoas com paralisia cerebral e problemas mentais.
Alguns procuraram Gerta que dirigia o acampamento e se queixaram de que nao conseguiam entender o que ele estava querendo dizer. Uma mulher reuniu toda a sua coragem e disse a Reiner: - E' como se voce falasse do sol para quem esta num quarto escuro e sem janelas, nao entendemos o que voce diz. Voce fala de soluçoes, de flores do lado de fora, de superaçao e vitoria, essas coisas nao se aplicam à nossas vidas.
Reiner ficou arrasado, estava citando as epistolas de Paulo e estava tudo certo.... Por fim respondeu: Qual o problema gente? Voces precisam aprender a crescer no Senhor e vencer a adversidade!!!!
Depois de uma noite de oraçao, Reiner voltou com uma mesagem diferente. Na manha seguinte, disse: - Nao sei o que dizer. Estou confuso. Sem a mensagem de vitoria nao sei o que dizer. E ficou em silencio com a cabeça baixa. Em uma sala cheia de pessoas com deficiencias fisicas e mentais, a mulher que o havia desafiado disse: - Agora entendemos voce. Agora estamos prontos para ouvir."

Sera' que temos identificado pessoas com esses conflitos? Sera' que estamos prontos para ajudar? Qual é papel da igreja diante de pessoas machucadas e sem esperança que lutam com todas as forças para nao perderem a sua fé... Qual o ensinamento de Jesus sobre essa questao????

Discutiremos mais...