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Ahhhh o outono...



"L’autunno è come una poesia, porta con se sempre un po’ di malinconia..."
"O outono é como uma poesia, traz consigo sempre um pouco de melancolia..."
Terry Di Vetta

Duas semanas atras aqui na Italia era verao, 40 graus sufocantes acentuados pela alta umidade da ilha onde vivo. E olha que de calor eu entendo... Quem conhece o de Montes Claros sabe do que estou falando, mas o calor daqui acreditem, é muito pior. Acho que nao existe nada parecido. Por isso dizem que aqui na Italia nao existe meio termo, ou é quente de pegar fogo, ou é frio de congelar.
Enfim, estava tudo queimando... e isso me deixava completamente sem vontade. Como se diz aqui, svogliata que é uma palavra que explica melhor, com mais enfase o verdadeiro significado de (NENHUMA VONTADE).
Mas finalmente chegou outubro e o friozinho gostoso do outono muito bem definido aqui no hemisferio norte... é impressionante ver como a natureza acompanha rapidamente a mudança que traz essa nova estaçao. 
Os vinhedos antes verdissimos ganham uma nova cor amarelada, as ultimas uvas grandes, cheias de um sumo exageradamente doce começam a murcharem e perdem sua beleza... e as arvores.... ahhhhh as arvores, elas me fascinam...
Pra mim, nao existe coisa mais linda que o amarelar das folhas, aquele chao coberto com os mais diversos tons de amarelo, verde, vermelho e marrom.
Ver uma folha caindo me encanta, olhar o céu limpido e sentir um sol que nao queima a pele, sentir a falta do canto dos passarinhos que nao fazem mais festa no céu. O perfume indescritivel da terra molhada ao amanhecer, me acelera o coraçao...
O outono me deixa inebriada, como uma criança em sua doçura infantil, com seu olhar curioso e sua fantasia.
Definitivamente amo a estaçao que cansada faz com que o dia se torne menor, que se recolhe cedo nao despropositalmente, mas consciente desse tempo, do silencio que precisa para se preparar para provaveis perdas que ainda virao com o inverno. Perdas dolorosas estas, mas absolutamente necessarias para refazer o ciclo que a permitira' renascer vigorosa na primavera dando continuidade ao mistério da vida nesse planeta chamado Terra.







Lamentavel mundo novo: A decadencia do romantismo e da mulher.

Ainda é possivel piorar? 


Década de 30: Ele, de terno cinza e chapéu panamá, em frente à vila onde ela mora, canta:

“Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus esculturada. És formada com o ardor da alma da mais linda flor, de mais ativo olor, na vida é a preferida pelo beija-flor….”


Década de 40: 
Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na algibeira,escreve para Rádio  Nacional e manda oferecer a ela uma linda música:
“A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua,costuma se embriagar. Nos seus olhos eu suponho, que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar”

Década de 50:
Ele pede ao cantor da boate que ofereça a ela a interpretação de uma bela bossa: “ Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça.
É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar. É a coisa mais linda que eu já vi passar.” 
Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema. O teu balançado é mais que um poema. 

Década de 60: 
Ele aparece na casa dela com um compacto simples embaixo do braço,
ajeita a calça Lee e coloca na vitrola uma música papo firme:
“Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que o meu amor, nem mais bonito. Me desespero a procurar alguma forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você….” 

Década de 70: 
Ele chega em seu fusca, com roda tala larga, sacode o cabelão, 
abre porta pra mina entrar e bota uma melô jóia no toca-fitas: 
“Foi assim, como ver o mar, a primeira vez que os meus olhos se viram no teu olhar….
Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra ficar….” 

Década de 80: 
Ele telefona pra ela e deixa rolar um: “Fonte de mel, nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara. Choque entre o azul e o cacho de acácias,
luz das acácias, você é mãe do sol. Linda….” 

Década de 90: 
Ele liga pra ela e deixa gravada uma música na secretária eletrônica: “Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz. Mas já não há caminhos pra voltar.
E o que é que a vida fez da nossa vida? O que é que a gente não faz por amor?” 

Em 2001: 
Ele captura na internet um batidão legal e manda pra ela, por e-mail: “Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão!

Em 2002: 
Ele manda um e-mail oferecendo uma música:
“Só as cachorras! Hu Hu Hu Hu Hu!
As preparadas! Hu Hu Hu Hu!
As poposudas! Hu Hu Hu Hu Hu!”

Em 2003: Ele oferece uma música no baile: 
“Pocotó pocotó pocotó…minha éguinha pocotó! 

Em 2004: 
Ele a chama para dançar no meio da pista: “Ah! Que isso? Elas estão descontroladas! Ah! Que isso? Elas Estão descontroladas!
Ela sobe, ela desce, ela da uma rodada, elas estão descontroladas!”
  
Em 2005: Ele resolve mandar um convite para ela, através da rádio: “Hoje é festa lá no meu apê, pode aparecer, vai rolar bunda lele!”

Em 2006: 
Ele a convida para curtir um baile ao som da música mais pedida e tocada no país: “Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!!
Calma, calma foguetinha!!! Piriri Piriri Piriri, alguém ligou p/ mim!” 

 Se você pensou que aquela poderia ser a ultima, mas já lançaram outra. 

"Vai da tapinha na bundinha 
Vai que eu sou sua cachorrinha 
Vai que eu to muito assanhada
vamos da uma lapadinha só se for na rachadinha 
E toma gostosa lapada na rachada 
Você pede e eu te dou lapada na rachada e ai ta gostoso? 
Lapada na rachada Toma,Toma,Toma..."

Em 2010: Ele encosta com seu carro, porta-malas cheio de som e no máximo volume:” Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás.Pra que você quer saber?Eu sou o lobo mau, au, auEu sou o lobo mau, au, auE o que você vai fazer?Vou te comer, vou te comer, vou te comer,Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer…” 


NOTA: Recebi por email e nao sei quem é o autor.